26.03.2032 - Noite.
Bar - Café - #005
things he says, things in his head.
Bar - Café - #005
things he says, things in his head.
Depois de um encontro matutino desagradável com um credor, as coisas voltaram a normalidade. Um café, um cigarro, uma campana sem sucesso. Tentei ligar para Jimmy algumas vezes, o meu informante desinformado, aquele bastardo sumira do mapa desde o início do mês e agora eu começava a achar que tinha mesmo algo errado. Esperava que ele não tivesse sido comido ou estivesse enterrado por aí, queria ter o prazer de meter-lhe uma azeitona na testa eu mesmo.
Voltei ao meu apartamento quando a noite começava a cair, era hora de trocar a munição, a noite as coisas são diferentes e era a parte que eu mais gostava. Tirei do bolso a garrafa achatada e meio curva de rum, eu tinha tirado um pouco do bar do Warren, era a única coisa decente que ele tinha para ser roubada. Entrei no apartamento de tamanho claustrofóbico e não demorei muito a sair. Me senti o maldito senhor das moscas no curto tempo em que estive lá. O cheiro horrível de morte havia tomado o lugar e mesmo estando familiarizado com aquele odor, não o suportei por muito tempo, fui expulso as pressas.
Minha mão foi novamete à maçaneta enferrujada e tomei ar antes de abrir a porta e dar os primeiros passos na direção do monte de moscas que se amontuavam sobre o que me parecia os restos de alguém no meio da minha sala. Puxei a barra do casaco e tampei o nariz, fazendo pressão para que o cheiro não conseguisse passar. Era insuportável, de fato. Mas que merda é essa...?
Minha testa estava enrugada e meus lábios curvados demonstravam para as paredes meu desgosto. A senhora Mills me encheria por meses se sentisse aquele fedor e eu estava com o aluguel atrasado, não seria bom tê-la na minha porta por mais um motivo. Eu tinha que dar um jeito naquilo...e rápido. Me aproximei do corpo, me ajoelhando do lado esquerdo da massa escura e meio disforme, parecia estar em decomposição, mas não estava lá de manhã quando saí obviamente.
Peguei a revista velha sobre a mesinha de madeira comida perto do sofá de dois lugares mal conservado, a enrolei e usei como espátula. Comecei afastando as malditas voadoras do local, uma pasta escura estava grudada no que deveria ser a pele do fulano, eu sabia que era um homem, embora não parecesse. Os olhos estavam abertos e eles me confirmaram o palpite que tive assim que abaixei ao lado daquela aberração; era Jimmy.
Lamentei pelo pensamento da manhã. Era melhor que ele estivesse enterrado ou houvesse sido comido por aí, qualquer coisa era melhor do que tê-lo naquelas condições em minha sala. A capa suja do sofá serviu de lençol, cobri o corpo com moscas e tudo, o sal grosso da cozinha foi espalhado ao redor dele, joguei alcool. - Nem morto voce me dá sossego seu desgraçado. Vai em paz. - Antes de jogar o fósforo sobre o cadáver, acendi um cigarro.
As chamas foram rápidas e odor de carne queimada começava a tomar o apartamento. Abri as janelas, que eram poucas, mas nem todo Bom Ar do planeta poderia melhorar aquele fedor. O sal não deixaria que o fogo se espalhasse mais do que deveria, era um incêndio controlado, mas meu tapete tinha se ferrado nessa brincadeira. Não havia nenhum sistema contra fogo naquele prédio caindo aos pedaços, mas eu não queria tocar fogo em toda a minha pouca mobília, quando já estava carbonizado e em menor tamanho, o suficiente para entrar em um saco de lixo de 20 litros, joguei água.
A carne queimada e retorcida não me incomodava, o cheiro, que agora estava mais para um churrasco em horário incomum, já havia se tornado suportável. O que me incomodava era o que estava acontecendo. Porque aquela porcaria toda estava na minha sala? Desci as escadas estreitas e com piso se desmanchando com o saco na mão e um cigarro entre os lábios. Não queria estar lá quando a velha Mills encontrasse a fonte do fedor. Joguei os restos de jimmy na lixeira mais próxima e segui para o bar, precisava pensar e isso significava uma bebida. Além disso, o Jimmy merecia um trago.
Entrei fazendo o tipo low profile, sentei ao balcão e pedi um whisky duplo. O barman já me conhecia, um olhar e ele deixou a garrafa, seria uma noite longa. Meus olhos fitavam meu reflexo no espelho a minha frente, por trás das prateleiras de bebidas e outras porcarias que serviam para incrementar o ambiente. Era um recado. Alguém me dizia que sabia quem eu era, onde estava e que poderia me pegar quando quisesse. Isso era claro, só faltava descobrir quem havia mandado o recado.
Voltei ao meu apartamento quando a noite começava a cair, era hora de trocar a munição, a noite as coisas são diferentes e era a parte que eu mais gostava. Tirei do bolso a garrafa achatada e meio curva de rum, eu tinha tirado um pouco do bar do Warren, era a única coisa decente que ele tinha para ser roubada. Entrei no apartamento de tamanho claustrofóbico e não demorei muito a sair. Me senti o maldito senhor das moscas no curto tempo em que estive lá. O cheiro horrível de morte havia tomado o lugar e mesmo estando familiarizado com aquele odor, não o suportei por muito tempo, fui expulso as pressas.
Minha mão foi novamete à maçaneta enferrujada e tomei ar antes de abrir a porta e dar os primeiros passos na direção do monte de moscas que se amontuavam sobre o que me parecia os restos de alguém no meio da minha sala. Puxei a barra do casaco e tampei o nariz, fazendo pressão para que o cheiro não conseguisse passar. Era insuportável, de fato. Mas que merda é essa...?
Minha testa estava enrugada e meus lábios curvados demonstravam para as paredes meu desgosto. A senhora Mills me encheria por meses se sentisse aquele fedor e eu estava com o aluguel atrasado, não seria bom tê-la na minha porta por mais um motivo. Eu tinha que dar um jeito naquilo...e rápido. Me aproximei do corpo, me ajoelhando do lado esquerdo da massa escura e meio disforme, parecia estar em decomposição, mas não estava lá de manhã quando saí obviamente.
Peguei a revista velha sobre a mesinha de madeira comida perto do sofá de dois lugares mal conservado, a enrolei e usei como espátula. Comecei afastando as malditas voadoras do local, uma pasta escura estava grudada no que deveria ser a pele do fulano, eu sabia que era um homem, embora não parecesse. Os olhos estavam abertos e eles me confirmaram o palpite que tive assim que abaixei ao lado daquela aberração; era Jimmy.
Lamentei pelo pensamento da manhã. Era melhor que ele estivesse enterrado ou houvesse sido comido por aí, qualquer coisa era melhor do que tê-lo naquelas condições em minha sala. A capa suja do sofá serviu de lençol, cobri o corpo com moscas e tudo, o sal grosso da cozinha foi espalhado ao redor dele, joguei alcool. - Nem morto voce me dá sossego seu desgraçado. Vai em paz. - Antes de jogar o fósforo sobre o cadáver, acendi um cigarro.
As chamas foram rápidas e odor de carne queimada começava a tomar o apartamento. Abri as janelas, que eram poucas, mas nem todo Bom Ar do planeta poderia melhorar aquele fedor. O sal não deixaria que o fogo se espalhasse mais do que deveria, era um incêndio controlado, mas meu tapete tinha se ferrado nessa brincadeira. Não havia nenhum sistema contra fogo naquele prédio caindo aos pedaços, mas eu não queria tocar fogo em toda a minha pouca mobília, quando já estava carbonizado e em menor tamanho, o suficiente para entrar em um saco de lixo de 20 litros, joguei água.
A carne queimada e retorcida não me incomodava, o cheiro, que agora estava mais para um churrasco em horário incomum, já havia se tornado suportável. O que me incomodava era o que estava acontecendo. Porque aquela porcaria toda estava na minha sala? Desci as escadas estreitas e com piso se desmanchando com o saco na mão e um cigarro entre os lábios. Não queria estar lá quando a velha Mills encontrasse a fonte do fedor. Joguei os restos de jimmy na lixeira mais próxima e segui para o bar, precisava pensar e isso significava uma bebida. Além disso, o Jimmy merecia um trago.
Entrei fazendo o tipo low profile, sentei ao balcão e pedi um whisky duplo. O barman já me conhecia, um olhar e ele deixou a garrafa, seria uma noite longa. Meus olhos fitavam meu reflexo no espelho a minha frente, por trás das prateleiras de bebidas e outras porcarias que serviam para incrementar o ambiente. Era um recado. Alguém me dizia que sabia quem eu era, onde estava e que poderia me pegar quando quisesse. Isso era claro, só faltava descobrir quem havia mandado o recado.
Última edição por John Deckard em Qua Jun 23, 2010 6:41 pm, editado 1 vez(es)