NEVER TRUST A HO • • •
WON'T TRUST A HO, 'COS HO WON'T TRUST ME
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Os jovens se divertiam em volta do DJ como um bando de tribais em alguma espécie de ritual estranho. Nathaniel sorriu quando uma adolescente já além do limite da embriaguez colidiu com sua lateral. Ela cheirava boa refeição e álcool, e sorrira pra ele – era sempre bom retribuir favores antes que estas dívidas se acumulassem... e comentários como: “Hey, você se lembra de mim aquela noite?” eram sempre bem vindos. Para um vampiro, encontrar uma pessoa numa balada não era difícil, mesmo porque cada suor tinha um cheiro levemente peculiar. Comida.
Era um daqueles dias comuns, e a Vouga estava longe de estar cheia. O vampiro, envolvido pelo manto sombrio que aquila programação de iluminação para uma certa música proporcionava, foi silencioso até o balcão e sentou-se numa das banquetas. A garçonete fez os olhos brilharem quando enxergou o amigo de longa data. Fazia mais de dois anos que Selene trabalhava naquela boate, e ela era uma ótima garota de recados, além de igualmente boa quando pedia que lhe fizessem favores. Ele nunca negou, afinal aquela garota tinha um sangue delicioso. Pediu o de sempre, uísque oito anos – uma bebida que ele nem sentia o gosto, para manter as aparências.
- Então, o que a Deusa da lua traz para mim?
Selene curvou seus lábios lascivos e cheios daquela volúpia que só humanas de vinte e cinco anos pareciam ter. Seus olhos escuros pareciam poços de piche, e se você olhasse muito ficaria preso. Deu-lhe uma piscadela e silenciosamente deixou um bilhete sobre a mesa. Os dedos frios e talentosos da mão esquerda do vampiro abriram o bilhete. A grafia elegante não podia ser diferente. Letras escritas com caneta rosa.
Preciso dizer mais, gato? Ela é toda sua.”
Garota fascinante essa Selene. Ela concordava em observar vítimas ideias para Nathan em troca de umas brincadeirinhas quaisquer em sua casa. Mal sabia que ela não tinha nem meia vantagem naquele negócio. O que ela poderia dizer? Da primeira vez que ele sorriu e pediu um uísque... ela ferveu, como água jogada contra o fogo. Poucas criaturas conseguiam satisfazê-la, e por menos que conhecesse aquele homem de toque gelado e de olhos verdes lindos e corpo perfeito... bem, ele parecia saber exatamente do que ela gostava. Voltou a pegar bebidas para um bando de estudantes universitários sedentos, e quando seus olhos egros procuraram Nathan, ele não estava mais lá. Suspirou. Não tinha esperanças que ele fosse seu.. não todas as noites – nas de folga, eles se pertenciam. Pegou o copo vazio sobre o balcão e amassou nas suas mãos delicadas o tal bilhete.
Atravessando o meio da casa noturna e desviando das pessoas que passavam, o vampiro chegou ao seu destino. Num canto um pouco mais iluminado que o resto, próxima às mesas se encontrava aquela garota. Os traços finos e elegantes de seu rosto meigo logo se destacaram para ele, e por uma das primeiras vezes em sua não vida, não fitou o pescoço, mas as curvas da humana. Como seu rosto, seu corpo era atlético e bem constituído. Suas coxas, apertadas numa calça jeans de um azul confortável aos olhos – nem muito claro, nem muito escuro – logo lhe chamaram a atenção, e de logo foi para suas mãozinhas delicadas e suas unhas pintadas – ao menos que ele estivesse enganado. Ele deu um passo à frente, e como se pressentisse o perigo a garota se virou e foi em direção a uma parte mais movimentada. Selene, como sempre estava certa. A expressão na face da garota dizia exatamente aquilo que ela escrevera: procurando alguém. Nathan torceu para que não achasse. Com mais alguns passos rápidos, misturou-se nas sombras da boate, e reapareceu em meio a luz. Sentiu o cheiro dos cabelos da mortal – dos cabelos deliciosamente dourados, que agora mudavam de azul para rosa por causa da iluminação. Ela era saudável, muito, e aquela fragrância doce e deliciosa parecia atraí-lo para seu pescocinho. Lambeu os lábios. Sua voz veio suave, apesar da música.
- Oi, queria saber uma coisa...
Ela se virou. Ele riu por dentro – Deus, isso funcionava sempre! Nathan deu um passo á frente, deixando que seu perfume francês suave se tornasse mais evidente. Graças de ter um mafioso que trabalha pra – ou por – você.
- Eu estava imaginando o que Afrodite faria para ter metade do brilho dos seus olhos... e se não ela, o quanto as estrelas estariam desdenhado no céu dessa noite.
Uma pausa bem executada. Satisfeito com a expressão da garota, prosseguiu, sorrindo de modo agradável.
- Ao menos deixem que elas falem usando o seu nome... quem sabe se falá-lo em voz alta elas não te ouçam?
( taking place in: Vouga - Casa Noturna
( with: Sarah Ellenwanger
( wearing: http://cdn.my-wardrobe.com/images/products/8/0/809451/m1_809451.jpg
( listening to: Don't Trust Me - 3OH!3
( credits goes for: nands (this isn't what NANDS said)
do Terra de Ninguém <3
Última edição por Nathaniel Szhor em Sex maio 14, 2010 12:16 pm, editado 1 vez(es)