Um manto azul tão escuro quanto o céu noturno a envolvia. Ela caminhava a passos leves, elegantes, parecia flutuar enquanto a borda do manto se arrastava pela rua calçada. A escuridão da noite sem lua era quebrada pela iluminação parca da viela em que a mulher caminhava, dobrando em esquinas sem movimento. O mundo parecia ter parado para que somente ela trafegasse por ele. Sabia para onde estava indo, ela ergueu por um momento o tecido pesado ao passar sobre um pequena poça d'água, suas mão calçadas por luvas de seda tinham um lilás vivo que contrastava delicadamente com o manto. A velocidade diminuiu quando a mulher entrou em uma rua supostamente sem saída, a não ser pela porta à direita no fim da mesma, por onde ela adentrou sem cerimônia alguma. Dentro do espaço iluminado belamente por lustres antigos havia um sofá em veludo, largo e com encosto alto. Fagulhas trepidavam em uma lareira de chama baixa, formando sombras no chão a sua frente. Um homem alto e bem vestido estava de costas, ele segurava uma taça cheia de um conteúdo avermelhado encorpado demais para ser vinha, a mulher se aproximou e baixou seu manto deixando a mostra as madeixas médias e louras, levemente encaracoladas nas pontas que recaiam sobre seus ombros.
O homem virou-se para ela e a tomou pela cintura, a envolvendo com um beijo apaixonado, visceral, ardente. Seus rostos misturavam-se em um movimento contínuo, acalentados pelo calor do fogo ao seu lado. A intensidade da carícia decrescia e aos poucos afastavam-se sem querer, seus lábios ainda se atraiam como imãs, até que finalmente o espaço entre eles cresceu a ponto de deixar suas feições totalmente à mostra. As presas dele cintilaram com o reflexo do fogo e seus olhos eram como duas opalas expostas ao calor, tais como os dela quando virou-se trazendo sua face à luz. Nos olhamos diretamente antes que eu acordasse horrorizada por ver meu próprio rosto.
Abri os olhos. A luz entrou em minha cabeça como uma lança. Fechei os olhos para fugir da luz e da dor, mas esta não foi embora. Virei a cabeça, e só então percebi que fora um erro. A dor me causava náuseas. Parecia que os ossos de minha cabeça tentavam sair correndo. Estava frio. As cobertas grossas não conseguiam conter o calor que eu precisava debaixo delas, a febre que me tomava começava a tomar minha mente também, pesadelos e delírios, eu não sabia mais o que era real. Eu o amaldiçoava com todas as palavras que podia, o queria fora dos meus pensamentos, dos meus pesadelos, do meu corpo. Nathaniel havia me infectado, eu sofria de sua doença contagiosa e dolorida. Maldito!
Jamais tinha me ocorrido o quanto deveria ser pouco higiênico ser um vampiro, o quão perigosa poderia ser sua mordida quando não transformava um humano ou o fazia seu escravo. Doenças contagiosas poderiam ser passadas por aquelas presas imundas, raiva, malária, febre amarela, febre maculosa. Minha cabeça girou mais uma vez antes que eu alcançasse o copo com água no velho criado mudo ao lado da cama. Lembrei de quando era criança e ficava doente, de minha mãe ao pé da cama, dos remédios de gosto horroroso que ela me obrigava a tomar. Senti falta de alguém me dizendo que eu ficaria bem. É engraçado o quão vulneráveis ficamos quando estamos debilitados fisicamente, seu emocional tende a cair junto com o número de glóbulos brancos do seu sistema.
Eu não sabia se era dia ou noite. A janela do quarto estava fechada desde a minha volta sofrível para a moradia que dividia com outros caçadores, inclusive Ryan. Onde estará agora? Me perguntei vagamente, enquanto a água atingia meu estômago avariado. Tudo era ácido e me causava ânsia de vômito. Minha mão estava rígida, mas mostrava sinais de melhora na roxidão. A olhei preocupada. E se...nunca mais eu segurar uma arma de novo com ela? Novamente eu queria alguém para me dizer que isso não aconteceria, minha palavra não era suficiente e minha fraqueza era grande demais para ser vencida naquele momento. Precisava aprender a ficar só, a estar só e ter este como estado definitivo. Viver, respirar, matar, morrer. Tudo isso sozinha. Deitei outra vez, tremia vez ou outra, mas o sono, apesar de conturbado, me ajudaria a melhorar. Ao menos eu contava com isso.
O homem virou-se para ela e a tomou pela cintura, a envolvendo com um beijo apaixonado, visceral, ardente. Seus rostos misturavam-se em um movimento contínuo, acalentados pelo calor do fogo ao seu lado. A intensidade da carícia decrescia e aos poucos afastavam-se sem querer, seus lábios ainda se atraiam como imãs, até que finalmente o espaço entre eles cresceu a ponto de deixar suas feições totalmente à mostra. As presas dele cintilaram com o reflexo do fogo e seus olhos eram como duas opalas expostas ao calor, tais como os dela quando virou-se trazendo sua face à luz. Nos olhamos diretamente antes que eu acordasse horrorizada por ver meu próprio rosto.
Abri os olhos. A luz entrou em minha cabeça como uma lança. Fechei os olhos para fugir da luz e da dor, mas esta não foi embora. Virei a cabeça, e só então percebi que fora um erro. A dor me causava náuseas. Parecia que os ossos de minha cabeça tentavam sair correndo. Estava frio. As cobertas grossas não conseguiam conter o calor que eu precisava debaixo delas, a febre que me tomava começava a tomar minha mente também, pesadelos e delírios, eu não sabia mais o que era real. Eu o amaldiçoava com todas as palavras que podia, o queria fora dos meus pensamentos, dos meus pesadelos, do meu corpo. Nathaniel havia me infectado, eu sofria de sua doença contagiosa e dolorida. Maldito!
Jamais tinha me ocorrido o quanto deveria ser pouco higiênico ser um vampiro, o quão perigosa poderia ser sua mordida quando não transformava um humano ou o fazia seu escravo. Doenças contagiosas poderiam ser passadas por aquelas presas imundas, raiva, malária, febre amarela, febre maculosa. Minha cabeça girou mais uma vez antes que eu alcançasse o copo com água no velho criado mudo ao lado da cama. Lembrei de quando era criança e ficava doente, de minha mãe ao pé da cama, dos remédios de gosto horroroso que ela me obrigava a tomar. Senti falta de alguém me dizendo que eu ficaria bem. É engraçado o quão vulneráveis ficamos quando estamos debilitados fisicamente, seu emocional tende a cair junto com o número de glóbulos brancos do seu sistema.
Eu não sabia se era dia ou noite. A janela do quarto estava fechada desde a minha volta sofrível para a moradia que dividia com outros caçadores, inclusive Ryan. Onde estará agora? Me perguntei vagamente, enquanto a água atingia meu estômago avariado. Tudo era ácido e me causava ânsia de vômito. Minha mão estava rígida, mas mostrava sinais de melhora na roxidão. A olhei preocupada. E se...nunca mais eu segurar uma arma de novo com ela? Novamente eu queria alguém para me dizer que isso não aconteceria, minha palavra não era suficiente e minha fraqueza era grande demais para ser vencida naquele momento. Precisava aprender a ficar só, a estar só e ter este como estado definitivo. Viver, respirar, matar, morrer. Tudo isso sozinha. Deitei outra vez, tremia vez ou outra, mas o sono, apesar de conturbado, me ajudaria a melhorar. Ao menos eu contava com isso.
- TAGGED Me, myself and I !?
NOTES Queria postar com ela e pronto. Qualquer coisa, se estiver no lugar errado avisem adms queridas, mudo com prazer !?
WEARING pijama, oi? !?
LOCATION Moradias dos caçadores. Quarto da Sarah !?